Opinião

Sobre um mundo onde todos se misturam com todos

A biografia da expansão e dos descobrimentos não conta e nunca vai contar uma história que não aconteceu – a história dos países colonizadores inocentes. E qualquer tentativa para nivelar uma ideia de “menos mal” não passa de um exercício desleal e pouco fiel à narrativa original.

Perder tempo com um exercício de decalque de uma velha história de contornos heróicos, qual Ilíada de Homero, parece ser uma das mais recentes ocupações de quem teima em polarizar valores e manobrar opiniões.

500 anos depois, será que evoluímos como queremos crer? Gostava de ter mais esperança na humanidade mas continuarmos a explorar o outro e a elevar novas formas de colonização torna esta equação impossível de resolver.

Temos um passado colonizador e é chegada a altura de aprendemos a lidar com uma história que tanto define quem somos. Conhecemos muitos mundos novos que que contribuíram para criar aquilo que hoje deixamos os nossos sentidos identificar como sendo nosso, orgulhosamente português. 

Um dia vamos conseguir deixar de ver a humanidade como um ciclo cromático, um mundo onde todos se misturam com todos. 

Branku ku pretu um gerason di oru. Dino Santiago, Kriolo

Autor

Sonha em construir uma casa no Trisio. Acredita que sonhar não custa e por isso gosta de ter os pés um pouco levantados do chão.