Ontem, em conversa com uma amiga, falávamos do que mais sentimos falta após tanto tempo privados da nossa vida, da vida como a conhecemos um dia. Questionávamos também se as coisas irão voltar ao normal, uma vez erradicado o vírus. Chegámos a algumas conclusões:
Estar com a família. Poder pegar no carro e ir almoçar com eles. Poder abraçá-los, caramba;
Poder ir beber um copo com amigos! Caramba, que bom que era! Aquele acto de nos sentarmos num sítio, a beber um copo e a conversar só porque sim;
Por falar em amigos, recebê-los em casa. Fazer jantaradas com jogos de tabuleiro;
Ver um Sporting vs Benfica (isto no caso de o resultado ficar como no último jogo, vá!) numa tasca a comer tremoços e a beber imperiais;
Ir a um concerto. Se fosse agora a um, acho que nem me iria irritar com os encontrões e o preço das bebidas no bar… Eu se calhar ia. Não estou certa aqui;
Viajar. Que falta me faz viajar! E nem digo apenas para o estrangeiro, viajar e conhecer sítios seja onde for. Só de pensar quase choro.
Hoje terminei um período de isolamento de 14 dias. Há 14 dias que não pegava no carro. Assim que comecei a andar, tive de parar porque achei que tinha um pneu furado. Já não me lembrava como era. Enfim. Fui só comprar umas coisas e acabei por dar uma volta na cidade para ver se estava tudo no mesmo sítio. Estava. E continua toda esburacada como há 15 dias. Mas foi uma sensação muito boa, poder andar na rua novamente!
Relativamente às coisas voltarem ou não ao normal, o que eu acho é que no início as pessoas vão querer fazer tudo o que não puderam fazer e vão fazê-lo até à exaustão, mas depois vão acalmar. A vida vai continuar pacata após o boom dos primeiros meses.
Ou então não, a malta vai enlouquecer e andar em festa durante meses e meses. Não sei.
E basicamente é esse o resumo dos últimos e próximos meses: Não saber nada desta vida!