A música sempre foi e é uma parte muito importante da minha vida. Podemos ouvir música enquanto fazemos mil e uma outras coisas, nomeadamente a dar aulas.
Uso muito a música nas minhas aulas. Os miúdos adoram e acaba por ser uma ferramenta de trabalho poderosa. Por exemplo, antes do almoço uso uma determinada música (sempre a mesma, claro) e quando os miúdos a começam a ouvir, já não preciso de dizer nada – eles sabem que é para arrumar a mesa toda e desinfetar. Não preciso abrir a boca, a música começa, eles levantam-se e arrumam as coisas, muitas vezes a dançar. Adoro!
Ao longo do período fui experimentando algumas coisas, nem todas com sucesso. Uma das experiências que correu bem foi com os The XX. Numa manhã, enquanto eles estavam a trabalhar numa ficha, decidi colocar o “Islands” e qual não foi o meu espanto quando todos me perguntaram o que era e que era muito bom! O álbum homónimo de 2009 é um daqueles que toca muitas vezes na minha turma, que funciona muito bem e muitas vezes são eles que me pedem para o ouvir!
Numa aula de música, coloquei o Bohemian Rhapsody numa versão dos Marretas e que loucura que foi! Aproveitei para lhes mostrar o original dos Queen para poderem ver de onde vinha aquilo. Faço isso muitas vezes, já que eles muitas vezes conhecem as versões de filmes ou de jogos e eu gosto de lhes mostrar a origem das coisas.
É claro que também eu acabo por conhecer coisas a que dificilmente chegava sozinha, como a “Mamacita” dos Black Eyed Peas que eu até pensava que já tinham acabado; ou uma cantada pelo pai da Milley Cyrus “Old Town Road” e o Lil Nas X, cuja existência eu desconhecia e que os miúdos adoram! Constatei também que os Imagine Dragons são a banda preferida deles e que o Believer é o dEUS Nosso Senhor de todas as músicas! Não tenho coragem de lhes dizer que já os vi ao vivo e que gostava muito de poder apagar essa hora e meia da minha vida… Adiante!
O momento alto de todas estas experiências foi uma aula em que lhes mostrei música clássica. Encontrei uma coisa que se chama “Musicograma” que basicamente consiste em criar uma animação para uma música e mostrei-lhes o Inverno de Vivaldi. Foi lindo ver as reações deles, mesmo muito lindo! Houve um que fechou os olhos para sentir melhor o drama da música e outro que se levantou e dançou esbracejando sempre que a intensidade aumentava. Foi um sucesso estrondoso! Houve um aluno que me disse que não gostou porque aquilo não tinha guitarras e foi o único – eu tenho 16 alunos. Estou ansiosa para lhes mostrar outros compositores e para ver as suas reações 🙂
Também estou ansiosa para voltar à escola, mas isso já são outros quinhentos!






